Dados do Trabalho
Título
Estenose Aórtica Severa em paciente nonagenário: Relato de Caso
Introdução
A Estenose de Valva Aórtica (EVA) na terceira idade tem como principal causa a esclerose e a calcificação da valva decorrentes do envelhecimento. A EVA é a causa mais comum de obstrução da via de saída do ventrículo esquerdo (VE) em idosos. A esclerose está presente quando há um espessamento da valva com o mínimo de calcificação e é leve quando não há gradiente significante (velocidade de fluxo < 2m/s). Já a severa, apresenta um gradiente maior ou igual a 4m/s e geralmente com área valvar menor ou igual a 1cm², que culminam em sintomas de baixo débito e de insuficiência cardíaca.
Descrição do Caso
Paciente, VBS, masculino, 92 anos, portador de Dislipidemia, Hipertensão Arterial Sistêmica, Ateromatose Carotídea Severa, com passado de angioplastia com stent em carótida interna direita, Doença Coronariana Crônica com passado de Infarto do Miocárdio de parede inferior e 2 cirurgias de revascularização, Síndrome de Hipersensibilidade dos Seios Carotídeos com implante de marcapasso definitivo, Aneurisma Fusiforme de aorta abdominal com correção endovascular com stent e Câncer de Próstata com boa evolução. Paciente em seguimento de longa data com NYHA I apesar de achados de cardioesclerose ao Ecocardiograma e dupla disfunção de leve de valva aórtica (VA), quando há 2 anos teve piora para NYHA II e diagnóstico de EVA moderada. Há 1 ano, evoluiu para NYHA III e EVA severa. Ao exame físico, sopro aórtico sistólico e discreto edema maleolar. Ecocardiograma: EVA moderada/severa com área de VA de 0,5cm² (0,35cm²/m²), velocidade de pico 4,1m/s, stroke volume de VE 39ml/m² (normal até 35), folhetos mitroaórticos espessados com discreta calcificação, remodelamento concêntrico do VE e gradiente médio de 45. Cintilografia miocárdica de perfusão: baixa carga isquêmica. Cateterismo cardíaco: doença multiarterial, sem estenoses residuais significativas.
Hipótese(s) Diagnóstica(s)
Estenose Aórtica Severa
Conduta(s) Adotada(s)
Realizado angiotomografia de aorta torácica e abdominal e solicitado ao seu seguro a liberação do procedimento de implante transcateter de válvula aórtica (TAVI). Há 6 meses, por piora clínica, foi internado em regime de urgência com realização de TAVI com sucesso e sem intercorrências.
Conclusões
A EVA severa sintomática é uma patologia de alta morbidade e baixo prognóstico, principalmente em maiores de 75 anos, nos quais os riscos de complicações de cirurgia aberta são elevados. A TAVI atualmente é considerada um procedimento muito benéfico e com baixo índice de complicações nos grandes centros, principalmente em nonagenários.
Palavras chave
Estenose Aórtica Severa; TAVI; Nonagenários
Área
Tema Livre
Autores
HELINE DE MENDONÇA BEZERRA, HALANA DE MENDONÇA BEZERRA, HELIO BEZERRA DA SILVA