Dados do Trabalho


Título

Aneurisma de aorta ascendente de 9 cm corrigido com tubo e endoprótese em tromba de elefante, sem troca valvar, evoluindo para cuidado paliativo

Introdução

O aneurisma de aorta ascendente é uma dilatação de todas as camadas da parede da aorta maior que 50% em relação ao diâmetro normal. As doenças da aorta são potencialmente fatais necessitando de uma abordagem objetiva, mas é essencial entender os limites e desejos do paciente com a possibilidade de cuidado palativo.  

Descrição do Caso

IMR, feminina, 77 anos, solteira, moradora do Rio de Janeiro. Vai à emergência devido à dispneia súbita com início nas últimas horas, associada com ortopneia e palpitação. Paciente está em tratamento para hipertensão arterial sistêmica, e permanece funcional em atividades do dia a dia. Na avaliação inicial, apresentava-se taquípneica e com pressão arterial divergente nos MMS. Ao exame físico, notou-se a presença de sopro Protodiastolico em foco aórtico, sem irradiação.  

Hipótese(s) Diagnóstica(s)

No ecocardiograma foi visto aumento da aorta ascendente até arco aórtico de 9 cm associada a insuficiência aórtica grave funcional e insuficiência mitral moderada.   

Conduta(s) Adotada(s)

Após estabilização do quadro, foi realizado cateterismo seguido da discussão com o heart team do serviço, na qual foi optado por correção de aorta com tubo e endoprótese em tromba de elefante. A paciente foi abordada sobre a gravidade do seu caso e suas opções terapêuticas, portanto foi optado por realização cirúrgica com limite terapêutico em caso de disfunção múltipla em pós operatório. Foi posicionado reparo híbrido em duas etapas, aorta ascendente com hemiarco e reconstrução de aorta distal com posicionamento de prótese de tefion em tromba de elefante. Não foi necessária a troca aórtica, tendo resolução da insuficiência aórtica por correção do arco. No pós operatório, foi extubada e com boa evolução nas primeiras 48 horas. Apresentou suboclusão intestinal e sepse abdominal por translocação, durante tratamento antimicrobiano evoluiu com insuficiências respiratória e renal, sendo necessárias ventilação mecânica e hemodiálise. Devido ao prognóstico reservado associado a disfunção multiorgânica, optou-se pelo tratamento paliativo com a participação da família na decisão.  

Conclusões

A doença de aorta tem prognóstico reservado, deve ser optado pela melhor conduta compatível com a perspectiva do paciente e sua familia. O cuidado paliativo sempre deve ser introduzido respeitando a autonomia do paciente.

Palavras chave

Cuidado Paliativo, Aneurisma de aorta, Insuficiência Aórtica

Área

Tema Livre

Autores

CAROLINE HARUMI SERICAWA SARUHASHI, Pamella Ribeiro Pedrosa , Flávio Luis Costa Junior, Jéssica Rizkalla Corrêa Medeiros, Felipe Visconti, Guilherme Levy Lamella