Dados do Trabalho


Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA HOSPITALIZAÇÃO E MORTALIDADE POR INSUFICIÊNCIA CARDÍACA EM IDOSOS NO BRASIL POR 10 ANOS

Introdução e/ou Fundamentos

<p>A insuficiência cardíaca (IC) caracteriza-se pelo&nbsp;bombeamento insuficiente ou suficiente mediante pressões de enchimento altas, acarretando modificações hemodinâmicas. Apesar da consolidação da problemática da IC, a magnitude ainda é imprecisa, haja vista as diversidades existentes entre estudos e métodos utilizados para seu estabelecimento. Assim, este estudo objetivou analisar a epidemiologia da hospitalização e mortalidade por IC em idosos no Brasil por&nbsp;10 anos.</p>

Métodos

<p>Estudo observacional de janeiro de 2013 a dezembro de 2022, por meio da análise estatística de dados de IC&nbsp;coletados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (SUS), com as variáveis: internações, dados demográficos, média de permanência, custo e taxa de mortalidade.</p>

Resultados

<table align="left" border="1" cellpadding="1" cellspacing="1" dir="ltr" style="width:400px;">
<caption>Tabela 1 – Estratificação da hospitalização e mortalidade da insuficiência cardíaca entre 2013 e 2022 no Brasil</caption>
<tbody>
<tr>
<td style="width: 300px;">Pacientes (n)</td>
<td style="width: 100px; text-align: center;">1.479.703</td>
</tr>
<tr>
<td>60 a 69 anos (%)</td>
<td style="text-align: center;">33,12</td>
</tr>
<tr>
<td>70 a 79 anos (%)</td>
<td style="text-align: center;">36,33</td>
</tr>
<tr>
<td>80 anos e mais (%)</td>
<td style="text-align: center;">30,55</td>
</tr>
<tr>
<td>Masculino (%)</td>
<td style="text-align: center;">49,74</td>
</tr>
<tr>
<td>Feminino (%)</td>
<td style="text-align: center;">50,26</td>
</tr>
<tr>
<td>Valor médio/internação (R$)</td>
<td style="text-align: center;">1.566,20</td>
</tr>
<tr>
<td>Média de permanência (dias)</td>
<td style="text-align: center;">7,2</td>
</tr>
<tr>
<td>Taxa de mortalidade (nº/1000)</td>
<td style="text-align: center;">12,48</td>
</tr>
<tr>
<td style="background-color: rgb(255, 255, 255); border-color: rgb(255, 255, 255);">Adaptado de Ministério da Saúde.</td>
<td style="text-align: center; background-color: rgb(255, 255, 255); border-color: rgb(255, 255, 255);">&nbsp;</td>
</tr>
</tbody>
</table>

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Discussão

<p>Conforme a literatura, estima-se que existam 64 milhôes de pessoas&nbsp;com IC no mundo, cuja prevalência varia geograficamente. A partir deste estudo, constatou-se, no&nbsp;Brasil, 1.479.703 internações por IC&nbsp;(147.970 pacientes/ano;&nbsp;± 15.494). A faixa etária mais acometida foi 70 a 79 anos e o sexo foi feminino. Considerando os períodos 2013-2014 e 2021-2022, observou-se redução&nbsp;de 18,23% no número de internações (p=0,097), o que contraria os achados relatados na literatura internacional, que inferem um padrão ascendente devido ao crescimento e envelhecimento populacional. Nos mesmos biênios, houve aumentos de 56,56% no valor médio por internação (p=0,010) e de 17,91% na média de permanência (p=0,037),&nbsp;fatores relevantes na construção de políticas públicas do SUS, e elevação de 32,72% na taxa de mortalidade (p=0,016), mesmo após as inovações tecnológicas e melhorias terapêuticas, o que demonstra a persistência como relevante problema de saúde pública.</p>

Conclusões

<p>Após exame, imperam estratégias&nbsp;de controle e orientação mais eficientes para detecção precoce, em especial, de indivíduos suscetíveis que desfrutariam das condutas preventivas. Ademais, torna-se relevante uma abordagem mais holística na&nbsp;população&nbsp;idosa, visando à redução da mortalidade persistentemente elevada e que onera os recursos públicos.</p>

Palavras Chave

insuficiência cardíaca; epidemiologia; hospitalização; mortalidade; Brasil.

Área

Tema Livre

Instituições

Universidade de Marília - São Paulo - Brasil, Universidade Federal de Ouro Preto - Minas Gerais - Brasil

Autores

GLEISON CARLOS ARANTES FILHO, LARISSA SOARES LEITE, ARIELLE SERVATO ROSSI