Dados do Trabalho
Título
Importância da Fragilidade no encaminhamento do paciente com Insuficiência Cardíaca para cuidados paliativos
Introdução e/ou Fundamentos
<p>Apesar dos avanços nas terapias de insuficiencia cardíaca (IC), cerca de 40% dos pacientes morrerão dentro de um ano após sua primeira hospitalização. Pacientes frágeis tem risco de mortalidade 6 vezes maior em comparação com os não frágeis.</p>
Métodos
<p>Trata-se de estudo observacional transversal descritivo realizado em ambulatório de Cardiogeriatria de hospital terciário, no período de janeiro de 2021 a agosto de 2023. Foram selecionados consecutivamente 40 prontuários de pacientes com idade acima de 70 anos, com diagnóstico de IC e que foram encaminhados aos cuidados paliativos. O diagnóstico de fragilidade foi estabelecido por meio da escala FRAIL. As varáveis qualitativas foram apresentadas em forma de gráficos de proporções, e as quantititivas comparados por método estatístico de Mann-Whitney (α=0.05).</p>
Resultados
<p>As idades variaram de 70 a 100 anos, média de 85,6 anos, 60% eram do sexo feminino. Do total, 45% eram portadores de insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEP) e 55% com fração de ejeção reduzida (ICFER). Doença arterial coronariana (DAC) foi observada em 55,5% dos pacientes com ICFER e 45,5% daqueles com ICFER. Nesse período, 10 pacientes (25%) evoluíram a óbito.Quanto ao índice de comorbidade de Charlson, não houve diferença entre ICFEP e ICFER, mantendo-se ambos os grupos em mediana 7 (sendo atribuído a valores acima de 5, o risco de óbito em 1 ano de 85%) – GRÁFICO 1.Os principais sintomas a serem paliados estão apresentados no GRÁFICO 2.Fragilidade foi identificada em 36 pacientes (90%), com pelo menos 3 ou mais critérios definidores – GRÁFICO 3.</p>
Discussão
<p>A Fragilidade representa um estado de pré-incapacidade que, por meio da exposição a um evento estressor, pode chegar a condição de incapacidade. Esta condição foi associada a aumento da morbimortalidade de idosos cardiopatas.Neste estudo, a variável de maior significância para limitar suporte e tomada de decisão foi a fragilidade, estando presente em 90% dos pacientes. Contrariando o esperado, fração de ejeção reduzida ou presença de DAC não foram fatores preponderantes para tomada desta decisão, estando proporcionalmente distribuídas nesta amostra.</p>
Conclusões
<p>Idosos frágeis com IC têm alta morbimortalidade quando submetidos a terapias invasivas. Nesse cenário é imperativo pesar o risco x benefício ao indicá-las. Centrar o cuidado no paciente e não na doença é fundamental para manter qualidade de vida e atingir expetativas do doente, como propõe e muito bem se estabelece, a medicina de cuidados paliativos.</p>
Palavras Chave
Insuficiência Cardíaca, Fragilidade, Cuidados Paliativos.
Área
Tema Livre
Instituições
Hospital Geriátrico e de Convalescença Dom Pedro II – Santa Casa de Misericórdia - São Paulo - Brasil, Instituto "Dante Pazzanese" de Cardiologia - São Paulo - Brasil
Autores
LANA FABIOLA SILVA E SOUZA, FELÍCIO SAVIOLI NETO, NEIRE FERREIRA DE ARAUJO, YNGRID DIEGUEZ FERREIRA, GABRIELA REGINATO MANICA, MAITE A. EYZAGUIRRE VELASQUEZ, NEWTON LUIZ RUSSI CALLEGARI, CLAUDIA FELICIA GRAVINA