Dados do Trabalho


Título

ASSOCIAÇÃO ENTRE AS DOENÇAS CARDIOVASCULARES E A FRAGILIDADE: ELSI - BRASIL

Introdução e/ou Fundamentos

As doenças cardiovasculares (DCV) e a fragilidade ocupam altas prevalências na população idosa e, muitas das vezes, coexistem. Dentre os mecanismos fisiopatológicos comuns a fragilidade e as DCV, destacam-se o processo inflamatório crônico, a disfunção do sistema imunológico e a desregulação neuroendócrina. Objetivo: Avaliar a associação entre as doenças cardiovasculares e a fragilidade em idosos brasileiros participantes do ELSI-Brasil.  

Métodos

Estudo transversal que utilizou dados de 9.412 participantes da primeira (2015-2016) e segunda onda (2019-2021) do ELSI - Brasil, conduzido entre adultos com 50 anos ou mais, residentes em 70 municípios situados nas cinco grandes regiões geográficas do país. A Insuficiência Cardíaca e o Infarto Agudo do Miocárdio foram as DCV autorrelatadas no questionário, sendo categorizadas como nenhuma doença e uma ou duas DCV. A fragilidade foi definida como a presença de três ou mais dos componentes do fenótipo da fragilidade (perda de peso, fraqueza, baixa velocidade de marcha, exaustão e baixo nível de atividade física). As covariáveis foram as características sociodemográficas (sexo, faixa etária, escolaridade e região) e os fatores de risco para as doenças cardiovasculares (inatividade física, consumo de tabaco, hipertensão arterial, hipercolesterolemia, diabetes mellitus e obesidade). As associações foram testadas por meio do teste qui-quadrado e a razão de prevalência por meio da regressão de Poisson multivariada.  

Resultados

Em relação a amostra, 56,5% eram do sexo feminino, sendo 42,3% com idades entre 50 a 59 anos, 54,9% relataram não ter estudado ou apresentar escolaridade até 4 anos de estudo, 74,0% eram inativos e, 41,7% residiam na região sudeste. Cerca de 10,7% dos participantes relataram ter 1 ou 2 DCV. 53,5% da amostra foram avaliados como pré-frágeis e 10,5% como frágeis. Observou-se uma associação das doenças cardiovasculares com as variáveis sexo, faixa etária, escolaridade, região, diabetes, hipertensão arterial, hipercolesterolemia e fragilidade. No modelo de regressão multivariado, ajustado pelas covariáveis, a presença de doença cardiovascular apresentou maior razão de prevalência com a pré-fragilidade (RP=1,50; IC95%:1,26-1,79) e fragilidade (RP=1,85; IC95%: 1,54-2,23). 

Discussão

A razão de prevalência entre a DCV e a fragilidade mostra o impacto de avaliar e intervir em ambas para melhores resultados.  

Conclusões

Há associação entre as doenças cardiovasculares e a fragilidade nos idosos brasileiros participantes do ELSI-Brasil.  

Palavras Chave

Fragilidade, idoso, isquemia miocárdica, insuficiência cardíaca.

Área

Tema Livre

Instituições

UNICAMP - São Paulo - Brasil

Autores

JULIA APARECIDA SOUZA REIS, Daniela de Assumpção, Ligiana Pires Corona, Flávia Silva Arbex Borim